Inverno místico. 22.8.10

Ela olha pela janela, vê o sol ainda tímido, pega seu casaco marrom pendurado atrás da porta e um livro dentro do guarda-roupas. Sai pela cidade, poucas pessoas nas ruas, algumas crianças brincando em frente suas casas, e ventania, muito vento, tanto que chega a fazer a ponta do nariz parecer um cubo de gelo. Senta-se no primeiro banco que encontra e observa. Observa o vazio que a cerca, lembra-se dele, deseja voltar no tempo, quando ambos sentiam-se envergonhados na presença um do outro, desejando suas mãos cada vez mais próximas, tão próximas a ponto de sentir seu calor. E então ela chora, com todas as suas forças até seu corpo ficar fraco, na esperança de depois sentir-se aliviada, na esperança de que tudo não tenha passado de um sonho bom, que tudo não tenha sido apenas ilusão. Ela abre seu livro livro e uma palavra qualquer a traz à vida novamente. Ela está em casa, sentada a beira da cama ouvindo uma de suas músicas favoritas, um tanto quanto confusa por tudo ter parecido tão real, e por poder ainda sentir o rosto molhado e o gosto das lágrimas que deixara cair.

Dizem que agosto é o mês do "desgosto", será essa uma verdade? Responda-me.


E.G


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