Sofrer também é preciso. 18.11.16

Tem noites que eu ainda tenho medo de fechar os olhos. Medo das imagens que posso ver, dessa minha imaginação que não consegue sossegar. Eu só quero não pensar, esquecer aquilo que soube há uns dias atrás. Às vezes ainda perco o apetite, sabe aquele embrulho no estômago? Volta e meia ele aparece.

Sofri, me desesperei, fiquei sem chão. Chorei uma única vez, mas foi o melhor choro da minha vida. Sentia a dor no meu coração, no meu corpo, aquele rasgo que na hora você acha que não vai cicatrizar nunca. Suei. Tremi. Solucei. Aliviei.

As pessoas dizem que vai passar, que é igual pra todo mundo, que não foi a primeira e nem será a última vez, e eu sei, de verdade, eu sei. Mas não queria estar passando por isso.
Já não me vejo desesperada, já não sinto aquele medo incontrolável de não termos mais chances, de você se interessar por outras pessoas e consequentemente me afastar cada vez mais do seu pensamento. Acho que no fundo isso já está acontecendo, mas comigo, e eu tenho medo disso também, de não reconhecer mais em mim aquela pessoa apaixonada por você.

Acho que agora estou digerindo toda essa situação. Consigo controlar a vontade de saber o que está acontecendo na sua vida, sabe? Desapegar um pouco das coisas que tínhamos juntos, quadros na parede, fotos por todo lado, cartas e bilhetes.

Tentei como pude, manter-nos. Insisti, questionei, declarei, me dispus. Sabe aquele ditado, água mole em pedra dura tanto bate até que fura? Pode soar engraçado, mas esses dias estava pensando nele, me colocando no lugar da água. Insistindo muito em uma coisa que já era só minha vontade. Talvez tenha chego mesmo a mesmo hora de mudar de pedra.